quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Im Horizont des Unendlichen
domingo, 1 de janeiro de 2012
Desejos de ano novo
segunda-feira, 12 de julho de 2010
o suspiro de kasparov (viva la vida)
sexta-feira, 2 de julho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
segunda-feira, 21 de junho de 2010
vida
quarta-feira, 21 de abril de 2010
ante diem IX Kalendæ Maivs
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Dança o cão, dança o gato, dança o feijão carrapato*
- Você era lindo
e torno-me uma pedra por dentro. Miséria deste tempo verbal, era, que horror. E lindo, ainda por cima, eu que nunca me achei lindo, sempre me dei mal com a minha cara, o meu corpo. Notava o olhar das raparigas e achava esquisito. Até bilhetinhos me mandavam, até conversa comigo metiam. E eu corado, aflitíssimo. Uma ocasião, com catorze ou quinze anos, fui ao Bairro Alto, a uma casa de prostitutas. A bicha começava logo na escada. Lá fui subindo aquilo degrau a degrau, atrás, nunca me esquece, de um magala fardado. Uma criatura à entrada a cobrar o dinheiro, uma sala com espelhos, cadeiras mulheres sentadas, de roupão. Não consigo reconstituir bem o que se passou depois, a minha cabeça, chegada a este ponto, dá um salto e estou num quarto com uma cama, um cabide pendurado de um gancho na parede, um bidé e uma garrafa, para além de uma mulher, há pouco sentada, a despir o roupão e a mandar-me despir. Desci as calças, atrapalhando dedos nos botões, a mulher fixou-me mais ou menos ao centro do corpo, declarou
- Deus deve gostar de ti, miúdo
e no momento a seguir estava a puxar as calças para cima e a fugir escada abaixo desarrumando a bicha. Continuei virgem durante séculos, é uma forma de expressão mas serve e, além disso, razoavelmente exacta. Dança o cão, dança o gato, dança o feijão carrapato. O que sucedeu à minha lindeza? Murchei devagarinho ou de repente? Sou feio, nesta altura? Um pavor se calhar, todo torto. Recordo-me do meu pai fazer trinta e três anos
(idosíssimo)
porque eu gaguejava e repetia trin trin trin para alegria dos crescidos. Recordo-me também de, nessa época, estar doente com a tuberculose, que a minha mãe apelidava, julgo que por vergonha, de gânglios:
- O António teve gânglios
consoante me recordo da falta de apetite, do frio, de estar deitado, de conversas incompreensíveis à minha roda. O meu avô dava-me miniaturas de bichos em vidro que eu atirava, com fúria, contra a janela. Não me recordo dos remédios, não me recordo do médico, recordo vagamente as minhas tias a tomarem conta de mim. Do sol na janela. De soldados a marcharem na Estrada de Benfica. Dança o cão, dança o gato, dança o feijão carrapato.
Doenças: uma meningite também cá canta, aos nove ou onze meses de idade. Contam os aedos da tribo que comecei com febre e entrei logo em coma. O que eu fiz para morrer, tantos esforços, logo ao princípio, merecem consideração, aplauso. Não recebi nem uma nem outro. Se calhar julgaram que não fiz de propósito, os tontos. Temos alguns suicídios na família, nós: o pai da minha avó, primos do meu avô, assuntos secretos, que me relataram já tarde e com vergonha. Há alturas, e digo isto em segredo, em que fico com os dedos negros, procurando uma corda. O António de língua de fora, desorbitado, a baloiçar. Depois a esperança volta, recomponho-me. Espio a mão: dedos cor de rosa, normais, já não tenho bichos a devorarem-se dentro de mim. Que era lindo. Agora sou um senhor. Num dos restaurantezecos onde como o dono trata-me por jovem:
- Boa tarde, jovem
- Então o que vai ser hoje, jovem? - Meia-dose ou uma dose, jovem?
e eu aceito o jovem que, de tempos a tempos, se metamorfoseia em amigo
- Então o que vai ser hoje, amigo?
embora, ultimamente, penda para o jovem e me atire cotoveladas cúmplices.
Sinceramente o que foi hoje não me lembro. Espera, lembro: empadão de carne, meia-dose. E saí na mecha para fazer as compras da casa e escrever isto. A seguir começo o trabalho no livro de que tenho apenas o magma da primeira versão e não faço ideia, sequer, se é ou não um livro. Muitas dúvidas acerca disso e receio bem que acabe no lixo. Mais de metade do meu trabalho acabou no lixo. E, na manhã seguinte, lá estava eu no caixote a procurá-lo, tentando reconstituir dúzias e dúzias de páginas amarrotadas e rasgadas. Com o Fado Alexandrino, então, foi um sarilho, aquilo era grosso como o diabo. Dança o cão, dança o gato, dança o feijão carrapato. E tem sido um dia infernal, entrevista cedo, encontros de trabalho à tarde e eu, à socapa, a espreitar a mesa das palavras, ansioso por voltar a elas. Por que razão o tempo roubado à escrita me faz sentir culpado? É esquisito mas faz, não devia sentir-me culpado: acabo por estar nisto tantas horas, deixo a pele, deixo a alma nas frases, crucifico-me todo. Anoitece, acendo a luz, continuo. Tão cedo ainda para entenderem o que digo, perguntas estúpidas, interpretações parvas. Isto, sobretudo, nos jornais. Dos universitários só tenho a dizer bem, há um entendimento do texto muito mais profundo. Agora os artigozinhos de jornal, em regra, são uma miséria: opiniosos, superficiais, ignorantes, tão desonestos às vezes. E dão estrelinhas, os camelos, de mistura com uma ignorância de pasmar. Então o que vai ser hoje, jovem? Peço o jornal desportivo para ler enquanto como, um olho no prato o outro no futebol. Saudades de Garrincha: escrevia tão bem! Quando eu era miúdo e comprava os bonecos da bola o avançado centro do Elvas chamava-se Patalino. E um defesa do Olhanense Grazina. O guarda-redes do Sporting de Braga Cesário. O do Estoril Sebastião. Espero que estejam todos de boa e feliz saúde pela alegria que me deram.
- Você era lindo
e na época de Patalino, Grazina, Cesário e Sebastião, reconheço que era lindo de facto. Se eles voltarem a jogar prometo ser lindo outra vez.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
1.1..0.1..1.0*
behind her eyes there's curtains
and they've been closed to hide the flames.. remains
she knows their future's burning
but she can smile just the same... same
and though he's to big a man to say..
there's a fear they'll soon be parting ways
standing like a statue
a chin of stone, a heart of clay.. hey
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
tu cantas e a tua música é uma arma nas mãos do amor*
endurig chill
as the day begs the night
for mercy, love
a sun so bright
it leaves no shadows, only scars
carved into stone
on the face of hearth
the moon is up, over One Tree Hill
we see the sun go down in your eyes
...
i'll see you again
when the stars fall from the skies
and the moon is turned red
over One Tree Hill
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
filosofia
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Given to Fly (to California)
wanted to share
this key
to the locks
on the chains
he saw
everywhere
but first he was stripped
then he was stabbed
by faceless men
well fuckers
he still stands
domingo, 23 de agosto de 2009
Believe You Me
people walking, people running, people waiting on a second comming
believe you me. i do believe...
people laughing, people starving, people divide, cause people crowding
believe you me. i do believe..
and i don't want to say 'no more' today
i don't want to hear 'no more' today
i dont want to say 'no more'
c'mon can you feel it?
i do believe. i feel it ...
it don't matter what - it only matters when
my time has come
to believe
domingo, 16 de agosto de 2009
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Agosto
mês de inaugurações?
- ou apenas um curto-circuito na continuação serena dos meses?
nunca tinha percebido, até agora! bom dia*
[aniversário do dia]
sábado, 8 de agosto de 2009
por um futuro melhor
'ou você me engana ou não está madura'
Estás a falar para uma Papaia, Caetano?
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
L O V E R S I N J A P A N
... tonight
maybe we're gonna run
dreaming
of the O S A K A S U N
dreaming..
of when the morning comes!
they are turning my head out
to see what i'm all about
keeping my head down
to see what it feels like now ??????
I HAVE NO DOUBT
ONE DAY
THE SUN WILL COME OUT !!!!
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
uma música chamada 'Anos Luz'
quinta-feira, 30 de julho de 2009
domingo, 26 de julho de 2009
psicologia, história...*
f. nietzsche, aurora, I, 18
* para consolar o coração com duras máximas
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Dissident
a quarter past, a holy NO!
she had to turn around.. when she could't hold
SHE FOLDED:
A DISSIDENT IS HERE...
segunda-feira, 20 de julho de 2009
rEgGAe-O LaLa rEgGaE-o
quinta-feira, 16 de julho de 2009
The Electroconvulsive Therepy
toy, broken toy. shout and shout, you're insde out!
if you don't know: electric co.
red, running red. you play for real. talk and feel.
hole in your head, you go in shock, you're spoon fed.
if you don' know: electric co.
................................................
'til someone leaves him below,
he's searched high and low
a tap on the wrist and he'd know...
somebody hear him
just leave him...
i can't find my way home' i'm alone
i've lost my way home
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Man of the Hour
the road the old man paved
the broken seams along the way
the rusted signs left just for me
he was guiding me, love... his own way
now the man of the hour is taking his final bow
as the curtain comes down
i feel
that this is just
goodbye for now*
quarta-feira, 1 de julho de 2009
just like the day.. oh like the day i heard ..
meia noite e quarenta e três
messenger
Tania
entao... o que? fiquei a gostar da tua companhia, de me ter d esforçar por conversar de forma empenhada com uma pessoa que nao a ana [aquela minha amiga bonita d cabelo comprido preto]
Pedro
loool
Pedro
chama-se ana ?
Pedro
eu acho que ia acabar por te perguntar isso
domingo, 28 de junho de 2009
as mensagens que nunca te enviei (2)
sexta-feira, 26 de junho de 2009
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Sol do Meio Dia
You shoot me from a gun
I need you to elevate me here
At the corner of your lips
As the orbit of your hips
Eclipse
You elevate my soul
I've got no self control
Been living like a mole now
Going down, excavation
High and High in the sky
You make me feel like I can fly
So high
Elevation]
depois de fumar um cigarro no terraço da faculdade, a ver todas as coisas abaixo de mim, menos a floresta do monsanto, o sol e as aves; depois de descer, e ter uma oportunidade de te roubar um. . . 2,3,4 beijos escondidos.. puxas-me para longe, cada vez mais alto, sem te aperceberes. sem me aperceber. nem quero, não é isto que eu quero, não sei o que quero, não sei onde vai dar esta estrada, mas ela é boa, desde que saia daqui!
já larguei a terra... flutuo no ar. fazem-me companhia as folhas das árvores e os pássaros. dizem me que não existe ninguém como tu[*]
quarta-feira, 24 de junho de 2009
as mensagens que nunca te enviei
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
SoLaT = State of Love and Trust
nothin', I'll do this one myself
oh, ah, and the barrel waits,
trigger shakes
aimed right at my fucking head
(won't you help me?)
help me from myself
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
cenas do próximo capítulo
os amigos chamam-lhe Mari..
domingo, 20 de julho de 2008
sexta-feira, 30 de maio de 2008
segunda-feira, 17 de março de 2008
este inverno nunca mais acaba
so you don't know where you're going and you wanna talk
and you feel like you're going where you've been before
you tell anyone who'll listen but you feel ignored
nothing's really making any sense at all
let's talk
let's talk
let's talk
let's talk
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
fatal
'há um pronúncio de morte lá do fundo de onde eu venho...'
e se sempre que sorrissemos o mundo sorrisse connosco?
as nuvens abrissem, o sol brilhasse, seriamos envolvidos pelas pessoas que contam para nós, bocas rasgadas em olhos felizes e peitos cheios com sentimentos quentes...?
e se sempre que fechassemos os lábios e o peito se contraísse num mau pronúncio, se acastelassem nuvens negras cheias de chuva, e o vento começasse a uivar,
nas rádios e televisões só passassem notícias tristes e trágicas... ?
e depois vem a pergunta que esconde uma resposta fatal...
e se mesmo sabendo de tudo isto, (quem já viveu o suficiente sabe que é verdade)
sabendo que o mundo responde aos sentimentos que se abrigam em nós... sabendo desta necessidade fatal de ser corajoso e positivo, de enfrentar o futuro com serenidade e confiança, para que o universo flua ao nosso ritmo e na nossa onda...
se mantenha um presságio fúnebre nos nossos corações e sintamos a incapacidade total para o mudar... ?
(fading out...)
'now when you're cryin'.... you bring on the rain. so stop that sighin'....be happy again.
cause when you're smilin'....just keep on smilin', and the whole world gonna smile with...'
respostas
- ser honesta, fiel, trabalhadora e ambiciosa
- ' acho que é pelos olhos'
- pelo que me fazem sentir, pela entrega
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
(este blog tem estado) AMORDAÇADO
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
domingo, 21 de outubro de 2007
(Slave To) Lust
First Im gonna fuck you and then well make love
Baby its been too damn long
Ill conquer every orifice, scream at the heavens above
Where have all the angels gone?
I want to take in my mouth, take you deep inside
Take you for a trip, take you for a ride
Ill feed your every hunger, do whatever you want me to do
Its not so strange how the medicine affects you
And Ill be a slave
Ill be a servant to lust
Slave to lust
Ill be a slave to lust
Slave to lust
I just want to leave this world for a little while
I want to feel like the God you want me to be
I want high ascension, fast love and exultation
I know you understand this need in me
Im sick of masturbation, tired of playing with myself
Dont wanna go to hell, dont wanna go blind
As sure as the river flows and ebbs out to the sea
Ill give you everything I have if you blow my mind
And Ill be a slave
Ill be a servant to lust
Slave to lust
Ill be a slave to lust
Slave to lust
You being off your face can be a beautiful place
When you there with the one you love
And I always knew and I know you did to that too much is never enough
Im a slave to lust
Slave to lust
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
domingo, 14 de outubro de 2007
ars*
so i say: it's ok, and you say: it's ok
it's ok (it's ok)
we have all seen better days
it's ok (it's ok)
you don't have to run and hide away
it's ok (it's ok)
you know i love you anyway
it's ok (it's ok)
this is my chance, this is my life
and my hope in an alleyway
this is my choice, this is my voice
there may be no tomorrow
this my plea, this is my need
this is my time of standing free
this is my step, this is my day
and the world is never the same
it's ok (it's ok)
you don't have to run and hide away
it's ok (it's ok)
oh you know i love you anyway
it's ok, it's ok, it's ok, it's okaaaaaaay
*pavilhão atlântico, 5 de setembro de 2006; eu estava lá
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
pontas soltas ou as tonalidades do sentimento
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
feodosya
colonizada por gregos do séc. VI a.c., estava provavelmente votada ao anonimato para todo o sempre. mas sucede que nos inicios de 1200 os poderosos marinheiros de génova alcançam esta paragem e tomam controlo da praça, com objectivos comerciais. os territórios circundantes permaneciam nas mãos do Canato da Horda Dourada Mongol.
em 1347 estes Mongóis puseram cerco à cidade genovesa e empenhados na conquista, resolveram catapultar para o interior das muralhas cadáveres de individuos pestilentos. desconheço se foi uma decisão individual, de um estado maior, se era simplesmente algo que eles consideravem natural que se fizesse. também não duvido que quem o fez tivesse apenas a intenção de prejudicar os defensores e vencer a batalha.
a peste instalou-se entre os defensores genoveses, que nesse mesmo ano a transportaram consigo para a sua cidade natal ao norte da italia.
nos 2 ou 3 anos seguintes a peste matou talvez uns 30 milhões de individuos e pôs todo um continente de joelhos.
é um daqueles casos em que uma atitude consciente e voluntária sai do controle dos seus agentes, e provoca consequencias completamente desproporcionadas.
não imagino o que aqueles mongois poderão ter sentido...
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
a baixa madrugada...
alma e lama apenas trocam uma letra. acabo por me convencer sempre que o meu próximo tem interesse no seu fundo.
quanto ao meu, já lá cheguei, e estava vazio. virei do avesso e sacudi, havia migalhas...
mas o próprio avesso era engraçado. hoje vou usar do avesso.
quanto ao meu próximo, conto que ele não use nada. desisto de consultar livros, e de fazer perguntas. hoje serão os meus olhos a questionar e serão também eles a responder. serão eles a despir nos;
hei-de abrir o jornal para ler a meteorologia e os horóscopos.
mas lá não diz que sarilhos me traz este dia..
terça-feira, 2 de outubro de 2007
psicologia e história
a crença é de nossa criação. mas ignoramo-lo.
é humana, e julgamo-la sobrenatural.
é efeito do nosso poder, e é mais forte do que nós.
está em nós, não nos deixa, e cada momento nos fala. se nos manda obedecer, obedecemos; se nos indica deveres, submetemo-nos.
o homem pode dominar a natureza, mas está sempre sujeito ao seu próprio pensamento"
fustel de coulanges, 'a cidade antiga'
sábado, 29 de setembro de 2007
pai, as lições que me deste não servem para nada...
a vida são as pessoas que nos rodeiam, é o tentar encaixar-nos no umbigo donde nascemos e fazer tudo por lhe agradar. é a falsidade e inocente hipocrisia em cada um dos nossos milhões de sorrisos mais convenientes que sentidos. a educação, reputação, a imagem, o nome e a dignidade.
a vida também são os outros. aqueles perante os quais não queremos mostrar fraqueza. também aqui é toda a falsidade e a construção de uma imagem (não passa disso) de auto-suficiencia, auto-controle, invulnerabilidade, desprendimento, auto-promoção; demonstração de capacidades: uma antologia de publicidade enganosa. numa palavra, a vaidade.
a vaidade é a nossa coluna vertebral.
a vida é o trabalho. a vida é sobreviver. sobreviver de esquemas ou sobreviver de trabalho. a vida é o pão que comemos cada dia, o trigo de que ele é feito, e a terra de onde ele cresce.
sobreviver é sorrir amavelmete para o nosso chefe e condescendentemente para o nosso subaleterno. sobreviver é amar o amarelo do ouro. é aceitar amá-lo sem ter nada em troca. sobreviver é estudar, e não necessáriamente porque tenhamos curiosidade.
em duas palavras, sobreviver é dinheiro e poder.
a vida também é sentir. é sonhar com um beijo, adormecer num abraço e acordar num orgasmo. viver também é vender a alma por um sentimento. e jogar em tabuleiros de todas as formas geométricas imaginaveis. é a brasa de uma paixão e o gelo da desolação. a luta por todas as formas colorida.
a vida é o tédio! e alguém se gaba de não o ter como uma fiel presença ? só chega a velho quem aprendeu a suportar o tédio. essa arte nobre de afogar a vontade e enfrentar os infinitos movimentos destituidos de sentido. suportar o tédio é saber que não e fazer que sim com a cabeça. é continuar a carregar no botão do comando, ouvir pela trilionésima vez a mesma música. repetir palavras, repetir frases, gargalhadas forçadas.
nem quando suspiras eu te vejo a sair do tédio!
suportar o tédio.
fotocopiar os dias.
viver a esperar a morte.
eternamente para sempre.
não ter escolhido, mas observar que a vida são altos e baixos, e criar-se uma opinião que o justifique.
dizem eles: 'é a vida...'
uma merda, digo eu
para que é que falam ?
porque é que me quiseram ensinar aquilo que não sabem?
que nem sequer desconfiam...
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
alínea b)
ao que eu acrescento a sub-alínea
b)1
não entrar numa economia depressiva e depressígena em que se recebe mais do que aquilo que se dá
estarei a ir depressa demais ?
domingo, 23 de setembro de 2007
fronteiras
no depressivo o objecto perdido capta a maior parte da líbido do self, que assim fica derivada num circuito interno.
(a tua ausencia priva-me de futuro. o meu futuro está no passado... contigo)
agora repito as palavras como um aprendiz, como quem tenta fixar: 'restauração da qualidade do self'.
falam bem, os sacanas; que é que isto significará...
desidealização objectal e valorização narcisica
faz-me pensar que o auto-criticismo que eu me imponho por norma, tem consequencias insuspeitas. (um amigo meu está sempre a repetir 'eu sou uma besta')
será bom principio não colocar as exigencias nas nuvens?
é que a minha idealização não diz respeito a um objecto. diz respeito a mim próprio e ao mundo que me rodeia. o meu objecto expandiu-se de forma que me conquistou e integrou em si.
antes de reavaliar, pessoas ou relações, antes de me envolver em qualquer outro problema adcional, o que eu preciso é de fronteiras.
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
para além
escondidos por baixo do tapete das nossas máscaras eles fazem-se sentir delicadamente, como o choro de um recém-nascido, numa noite de outono da qual a vontade se ausentou.
sobre estes assuntos ninguém fala. eles dizem apenas respeito à infima minoria dos especialistas psiquiatras, psicologos, psicanalistas...
é a ouvi-los que algo em mim acorda. algo em mim levanta as orelhas e desperta para uma suspeita angustiante de que este meu fundo revolto, estas fundações lodosas da minha alma e personalidade estão assentes sobre madeira podre e corroida, alheias a qualquer noção de equilibrio e estabilidade, são enfim a obra demente de um incapaz.
este sentimento é o de uma insegurança genuina. não me conheço. não vejo que futuro possa ter esta construção apressada.
'quando não resta mais nada, regressamos ao nosso último reduto'
assim é este blog...