terça-feira, 20 de outubro de 2009

filosofia

'que ninguém tente reduzir a nossa crença num futuro renascimento da Antiguidade helénica ; porque só nela encontramos a nossa esperança numa renovação e purificação do espírito alemão através da magia ígnea da música. Que outra coisa saberíamos designar, na desolação e no desgaste da cultura presente, como factor passível de despertar qualquer expectativa consoladora para o futuro? Em vão buscamos uma só raiz com ramos vigorosos, uma mancha de terra fértil e sã: por toda a parte poeira, areia, imobiliação, languidez. É aqui que um ser inconsolavelmente solitário não podia escolher melhor símbolo do que o cavaleiro com a morte e o demónio, tal como Dürer no-lo desenhou, o cavaleiro com a armadura e o olhar mineral e duro, que sabe seguir o seu caminho assombrado sem se deixar enganar pelos seus terríveis companheiros e contudo sem esperanças, a sós com o cavalo e o cão. O nosso Schopenhauer foi um desses calaveiros de Dürer: faltava-lhe qualquer esperança, mas ele queria a verdade. Não há outro como ele'



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