sexta-feira, 21 de setembro de 2007

para além

de todos os estados de espírito, no fundo opaco das almas, movem-se em silêncio justo estes entes alheados que se chamam afectos.
escondidos por baixo do tapete das nossas máscaras eles fazem-se sentir delicadamente, como o choro de um recém-nascido, numa noite de outono da qual a vontade se ausentou.

sobre estes assuntos ninguém fala. eles dizem apenas respeito à infima minoria dos especialistas psiquiatras, psicologos, psicanalistas...
é a ouvi-los que algo em mim acorda. algo em mim levanta as orelhas e desperta para uma suspeita angustiante de que este meu fundo revolto, estas fundações lodosas da minha alma e personalidade estão assentes sobre madeira podre e corroida, alheias a qualquer noção de equilibrio e estabilidade, são enfim a obra demente de um incapaz.

este sentimento é o de uma insegurança genuina. não me conheço. não vejo que futuro possa ter esta construção apressada.
'quando não resta mais nada, regressamos ao nosso último reduto'
assim é este blog...

2 comentários:

Satya disse...

Estás a ver como não doeu nada? :P

Um diário, mesmo que digital, é sempre um encontro connosco. E as palavras que nos vêm de dentro (ou que para lá caminham), sabem acalmar, dilatar angústias (ainda que também as provoquem) e dar alento.
No entanto...não o tenhas como último. Um principio, saberá certamente melhor! :)
=*

MafaldaContestataria disse...

Meu Amigo...
Os afectos faz-se ouvir precisamente quando queremos estar em silencio, e por isso são inoportunos, incómodos. Deixam-nos instáveis, por melhor que nos façam sentir.
Miseráveis ou Sublimes; os afectos São (o)… (muito do Todo que Há em nós)

O Futuro…
O futuro é teu, está por construir, está por viver!
Não te esqueças, “temos conquistar a nossa vida”, e lutar e lutar, por ela.
O teu futuro é teu, e nEste Outono, é ainda mais teu.
O futuro és Tu quem o faz, para ti e por ti! (mesmo que muitas vezes duvides disso, esta é a Verdade)

Muitos Beijinhos**
Longa vida a Este Outono

ps: é sempre um Orgulho ler-te, conhecer-te, e descobrir-te (descubro-me em ti sabias?). Obrigada.